Zonas Bioclimáticas Brasileiras
O território brasileiro tem seu clima mapeado, dividido em zonas bioclimáticas. Estas zonas tem relação com as caracterísiticas climáticas das diversas áreas do território, que não obedecem ao mapeamento político ou divisão em estadados ou regiões econômicas. À partir destes estudos e do seu respectivo mapa, pode se obter o clima de cada cidade, e relaciona-lo através de tabelas que indicam as estratégias e diretrizes construtivas bioclimáticas recomendadas para cada local, onde será projetada e construída uma edificação.
Mapa das Zonas Bioclimáticas
Estudos de pesquisadores com relação ao clima de diversas partes do pais, mapearam o território Brasileiro, dividindo-o em zonas bioclimáticas.
É importante atentar para o fato de que, podem existir diferentes zonas bioclimáticas dentro de um estado, como também podem existir zonas bioclimáticas que abrangem partes de vários e diferentes estados.
Apenas como exemplo, a cidade do Rio de Janeiro se encontra em uma zona bioclimática diferente da cidade de Petrópolis, que fica à uma hora do Rio de Janeiro.
São inúmeros fatores e variáveis que influem na formação do clima de um determinado local específico, como altitude, umidade do ar, correntes de vento, temperaturas, etc.
Sobre o mapa
As zonas obedecem a critérios climáticos e não políticos e o objetivo desta montagem com sobreposição animada dos mapas vista ao lado é exatamente salientar isto e também dar noção de localização.
O mapa do zoneamento bioclimático brasileiro, feito pela ABNT, compreende 8 diferentes zonas.
Em um anexo a ABNT apresenta também uma lista de mais de 300 cidades, que tiveram seus climas classificados.
No mapa ao lado, vemos as 8 zonas bioclimáticas brasileiras e podemos observar que, as zonas podem abranger mais de um estado em termo de divisão política, assim como dentro de um mesmo estado pode existir mais de uma zona bioclimática.
Tomando como exemplo, as cidades de Petrópolis, Nova Friburgo e cidade do Rio de Janeiro capital, estas estão em diferentes zonas bioclimáticas.
Petrópolis fica à apenas 1 hora do RIo de Janeiro, mas existem inúmeras variáveis que influênciam na definição do clima específico de um determinado local.
Entre estes fatores estão a altitude, umidade do ar, correntes de vento, temperatura médias mensais.
Relação de cidade classificadas e estratégias recomendadas
Uma vez que uma cidade tenha tido seu clima classificado, existe uma tabela que relaciona a cidade e as estratégias bioclimáticas recomendadas. Cidades que estão em uma mesma zona bioclimática podem ter também algum ítem entre as recomendações que não são exatamente os mesmos ou iguais para todas.
Como foi feito o zoneamento bioclimático brasileiro e qual o objetivo
A divisão em zonas do território brasileiro se baseou na homogêneidade quanto ao clima, ou seja locais com clima semelhante.
Para tal foram considerados 3 fatores principais, sendo eles as médias mensais das temperaturas máximas, as médias mensais das temperaturas mínimas, e as médias mensais da umidades relativas do ar.
O zoneamento e classificação climática visa dar recomendações construtivas para que as edificações tenham um melhor desempenho térmico, o que ocorre quando estão construídas de modo adequado para o clima local. Uma vez que um edificação proporcione melhor conforto témico em seu interior utilizando o clima em seu favor, isto proporciona econômia de energia (eficiência energética) para o usuário da edificação e para a sociedade.
Diretrizes construtivas para habitações unifamiliares de interesse social
A Associação Brasileira de Normas Técnicas, disponibiliza a ABNT NBR 15220-3, versão de 2005, com o título "Desempenho térmico de edificações - Parte 3", onde apresenta o Zoneamento bioclimático brasileiro e diretrizes construtivas para habitações unifamiliares de interesse social.
Esta publicação, estabelece um um zoneamento bioclimático brasileiro, divido em 8 zonas, e apresentam um conjunto de recomendações e estratégias construtivas (diretrizes bioclimáticas) orientadas e destinadas às habitações unifamiliares de interesse social.
Estas diretrizes construtivas recomendadas relacionam-se à
- 1- Dimensões das aberturas para ventilação
- 2- Proteção das aberturas
- 3- Vedações externas (Tipos de cobertura, tipos de parede e piso)
- 4- Estratégias de condicionamento térmico passivo
Exemplos diversos: Aquecimento solar da edificação, vedações internas pesadas(inércia térmica), ventilação cruzada, resfriamento evaporativo e massa térmica para resfriamento, ventilação seletiva (para períodos quentes onde a temperatura interna se torne maior que a externa). Na zona bioclimática 8 por exemplo, a norma nota que o condicionamento passivo é insuficiênte durante algumas horas do dia, ou seja, as horas mais quentes.
Diretrizes construtivas bioclimáticas
Em rápidas palavras e resumidadmente, as principais diretrizes construtivas com relação às zonas climáticas são:
Quanto às coberturas e paredes, dependendo da zona bioclimática, a recomendação pode ser do tipo "Leves e Isoladas", ou "Pesadas" ou "Leves e Refletoras". O termos Leves, Pesadas, Isoladas e Refletoras tem à ver com as características termicas de cada elemento, com relação à transmissão, retenção e fator solar.
Quanto à aberturas (vãos e janelas) e respectivos sombreamentos podem ser do tipo "Média" e "permitindo sol durante o período frio", ou "Média" e "sombreada", ou "Pequena" e "sombreada", ou "Grande" e "sombreada".
O termos Grande, Média e Pequena se referem à àrea de abertura de ventilação em percentagem da área do piso. Sombrear significa usar elementos que protegem do sol, como "brises verticais ou horizontais", pequenas marquises protetoras sobre janelas, ou até toldos. Entre as opções de sombreamento estão também o uso de vegetação como árvores e pérgulas.
Referências e bibliografia recomendada
- Sobre zonas bioclimáticas, entre outros livros, consultar especificamente a NBR 15220-3 da ABNT, versão de 2003 ou preferivelmente a versão de 2005.
- Veja também livros sobre projeto, construção e arquitetura bioclimática.