Uso de Luz Natural em Edificações e Eficiência Energética
O uso da iluminação natural sempre foi priorizado na história das construções.
Entretanto, durante o auge da arquitetura modernista no século 20, e com o uso pleno da luz elétrica, muitas construções passaram a depender cada vez mais de sistemas artificiais para iluminar partes de seu interior.
Hoje em dia existe uma consciência no sentido de economizar energia aproveitando a luz natural visando alcançar eficiência energética e consequentemente causando menos impacto ambiental e reduzindo a degradação do meio ambiente.
O Uso da Luz Natural
O uso da iluminação natural antes do advento da chamada arquitetura modernista (em sua principal vertente rotulada de Estilo Internacional) era muito mais utilizada e isto pode ser observado nas antigas construções com pé direito alto e imensos vãos de portas e janelas com vitrais, assim como através do uso de clarabóias sobre átrio central.
Durante o auge da arquitetura modernista, por muitos anos não se priorizou a economia de energia nos projetos, até o ressurgimento desta necessidade não somente por motivos econômicos mas também por motivos ecológicos e de preservação do meio ambiente.
Abaixo alguns exemplos de uso da iluminação natural, sendo dois exemplos de edifícios construídos no início do século 20 com iluminação zenital (vindas do teto através de claraboias) e de outro edifício projetado por volta de 1980, já dentro da consciência de idéias de sustentabilidade e eficiência energética.
Na foto ao lado é mostrada uma ala do Mueseu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, construção neoclássica e eclética onde em uma ala de exposição existe uma claraboia contínua que proporciona iluminação natural à toda aquela ala. O edifício foi concluído em 1910.
Mais abaixo o atrío central iluminado por luz natural e o refletor direcionador de luz solar utilizado no edifício sede do HSBC de Hong Kong, projetado pelo Arquiteto Norman Forster voltado para o uso de recursos naturais e aproveitamento de energia.
Abaixo, à esquerda, o edifício do CCJF na Praça da Cinelândia, no Rio de Janeiro, inaugurado em 1909. A claraboia no teto proporciona iluminação natural zenital sobre as escadarias. O edifício é neoclássico e eclético.
Na foto abaixo, do lado direito, a claraboia no vão do teto. A claraboia aproveita a luz natural e era também utilizada como elemento decorativo. Na primeira década do século 20, a chamada "art-noveau" fazia muito uso de vidro e vitrais, e geralmente estava presente em edifícios ecléticos.
Exemplos de Aproveitamento de Luz e Recursos Naturais
O edifício do HSBC, onde o átrio do mesmo é visto na imagem mais abaixo, é um edifício projetado na década de 1980. O edifício aproveita a luz natural e assim como outros recursos naturais.
Além da luz natural, o edifício faz uso de um sistema que utiliza água do mar para a resfrigeração quando necessário, proporcionando asssim uma adicional econômia de energia e maior eficiência energética.
Iluminação Natural do Átrio - Na foto do lado direito, é visto o átrio interno do edifício do HSBC em Hong Kong. O átrio possui iluminação natural, aproveitando a luz solar que refletida para o interior do edifício através de uma cortina de vidro ou "parede" toda envidraçada. A luz solar é refletida pelo refletor solar que a direciona para os refletores do teto, proporciando direntes graus e angulos de iluminação para o átrio e também para uma praça pública no interior.
Refletor solar do tipo prateleira móvel automatizada
Abaixo o refletor solar que faz parte do sistema automatizado para aproveitamento de iluminação natural, que ilumina o átrio mostrado na imagem ao lado.
O refletor solar do tipo prateleira móvel automatizada ou light shelf é controlada por sitema de automação.
O refletor solar permite o aproveitamento da luz solar direcionando-o para um conjunto de espelhos na parte superior do átrio, que por sua vez faz a luz ricochetear em diferente angulos, proporcionando iluminação com luz natural e econômia de energia.
Este refletor é posicionado externamente, em uuma face sul do edifício, ao nível de um piso superior do átrio. O equipamento se movimenta em diferentes inclinações seguindo os melhores angulos para refletir a luz do sol ao longo do dia.
Este refletor é na verdade uma versão "high-tech" ou de alta tecnologia da chamada "prateleira de luz móvel" ou brises tipo "light shelf" movel, um artifício para o uso da luz do sol para proporcionar iluminação natural, sendo um tipo de sistema de abertura controlada para iluminação e insolação.
Ao imagem ao lado mostra a aparência externa do edifício em questão, cujos métodos de construção inovadores para época juntamente com sua arrojada estrutura, assim como os sistemas de aproveitamento de recursos naturais no sentido de economizar energia que foram utilizados, o colocam como um dos mais interessantes edifícios da década de 1980.
O projeto e construção deste edifício sinalizou uma caminho novo e viável rumo às idéias de sustentabilidade aplicadas ao grandes edifícios.